Contrabandistas usam grupos de mensagem no celular para monitorar fiscalização na Ponte da Amizade

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Contrabandistas usam grupos de mensagem no celular para monitorar a fiscalização na Ponte Internacional da Amizade, que liga o Brasil, por Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, ao Paraguai, por Cidade do Leste.

Por meio de mensagens de áudio, eles dão um jeito de escapar da fiscalização. Os envolvidos informam a posição dos agentes das forças de segurança e qual acesso da aduana está livre:

“7h43, horário do Paraguai, galera. Passamos pela direita. Quem está pela curvinha, direita é a melhor opção. A pista está livre e o careca está abordando uma perua lá no final. Na esquerda está no k9 e mais um.”

Os áudios foram obtidos com exclusividade pelo Jornal Hoje e são de contrabandistas que usam carros, vans e motos para carregar mercadorias contrabandeadas do Paraguai. ,

Esse tipo de ação é o que a Receita Federal chama de trabalho de “formiguinhas”. Em várias viagens no mesmo dia, eles passam milhares de dólares em mercadorias.

Quando algo coloca em risco o esquema, logo vem um alerta:

“Atenção total para quem está subindo nesse exato momento, um motoqueiro de placa paraguaia chamou atenção ‘do força’, e ‘o força’ saiu das motos e está chamando os dois para conversar.”

Além dos grupos de mensagens, os contrabandistas usam outras formas de burlar a fiscalização e evitar que os produtos sejam apreendidos.

Entre elas está o uso de ‘laranjas’, que são pessoas contratadas para atravessar a ponte com mercadorias compradas no Paraguai, sem exceder a cota de 500 dólares, autorizada pelo governo brasileiro.

Uma jovem faz parte do esquema e, ao lado da aduana, ela aguardava mais uma encomenda. A tarefa dela é cruzar a fronteira várias vezes ao dia, na garupa de uma moto.

Sem saber que estava sendo gravada pela reportagem, ela explicou como funciona o trabalho de ‘formiguinha’, que deveria ganhar R$ 10 a cada viagem na garupa e faz cerca de 10 viagens por dia.

Segundo a jovem, que não foi identificada, ela não sabe o que o motociclista leva na moto e disse que tem medo de estar transportando algumas mercadorias.

A Receita Federal aposta em tecnologia para combater o crime na fronteira. Equipes usam drones e testam um nova aeronave não tripulada para monitorar veículos e pessoas suspeitas.

Conforme o delegado da Receita Federal, Paulo Bini, as equipes têm conhecimento desses esquemas para fugir das forças de segurança, mas a fiscalização foi comprometida por causa da pandemia.

 G1 Oeste e Sudoeste.

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