O caso de um soldado do Exército Brasileiro está sendo investigado, após o militar ter ficado paraplégico horas após ter tomado a primeira dose da vacina contra a Covid-19, no dia 15 de junho deste ano, em Foz do Iguaçu.
Iago Rodrigues Souza Silva, de 19 anos, serve no 34° Batalhão de Infantaria Mecanizado (34° BIMec), e antes de receber o imunizante já havia contraído o vírus, cumprindo isolamento domiciliar. Após esse período, retornou às atividades militares e teve o agendamento para a vacinação feito pelo Exército.
Ele recebeu a vacina da Astrazenca/Fiocruz na sede da Vigilância Sanitária por um profissional de saúde do próprio Exército, que na época ajudava na vacinação do Município. Duas horas após receber a dose o jovem teve convulsões. Ele foi levado para o Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), que tem convênio com o 34° BIMec. Quatro horas depois, Iago perdeu o movimento das pernas.
Ele permaneceu internado no HMCC por uma semana, até ser transferido para Curitiba, onde ficou internado em dois hospitais do Exército para a realização de exames. As equipes médicas levantaram a hipótese de se tratar de um caso de Síndrome de Guillain-Barré, que foi confirmada após um segundo exame com resultado divulgado na última segunda-feira (16) em Foz do Iguaçu.
O caso do rapaz está sendo acompanhado pelo jornalismo da Rádio Cultura nestes últimos dos meses, pelo repórter Nélio Sander.
A médica infectologista, Flávia Trench, que trabalha na cidade, informou que na literatura médica não consta que uma manifestação da doença possa acontecer tão rapidamente. No Brasil, mais de 30 casos estão sendo investigados pela mesma suspeita.
Em um primeiro contato com a Secretaria de Saúde de Foz do Iguaçu, a reportagem recebeu a resposta que o município preferia não se manifestar naquele momento, sendo que a notícia poderia atrapalhar a vacinação. Em um segundo contato, a Secretaria informou que o caso foi repassado à Secretaria de Estado da Saúde.
A família de Iago Silva contratou uma advogada para representar o recruta. A advogada Sandra Araújo, informou que entrou com uma ação na Justiça Federal contra o comando do Exército, União Federal e fabricante da vacina Astrazeneca. “Dentro desta ação, além de toda a documentação, prontuário médico, também haverá perícia, onde poderá, ou não, ser provado esse liame entre a vacina e perda de mobilidade das pernas”, disse.
Tiago Silva, pai do soldado, fez questão de dizer que não é contra a vacinação, mas afirma que o filho ficou doente minutos após ser vacinado. “Ele se encontra em uma situação muito difícil, para ele e para a família. Se encontra hoje numa cadeira de rodas após a vacinação e não está tendo o suporte necessário e amparo do governo e do Exército, principalmente do Município”, disse.
O laudo final da situação de saúde do rapaz será divulgado pelo Exército quando concluído.
Rádio Cultura Foz
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