A inflação dos alimentos que compõem a cesta básica chegou a 14,1% no acumulado de 12 meses até fevereiro em Curitiba, aponta estudo por feito por professores do curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Com isso, o Índice de Inflação da Cesta Básica volta a ficar acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), algo que não ocorria desde outubro do ano passado. Até o segundo mês de 2022, o IPCA teve alta de 13,17% na capital paranaense.
Dos 13 itens avaliados pelo indicador, que passou a ser divulgado pela universidade no segundo semestre do ano passado, 10 acumulam alta de preço nos últimos 12 meses, com especial destaque ao café em pó (+56,57%), o açúcar cristal (+56,36%), o tomate (+35,83%) e a margarina (+27,51%). O leite longa vida (-0,85%), o feijão (-2,19%) e o arroz (-16,19%), por outro lado, foram os únicos alimentos com queda nos preços.
O economista e coordenador do curso de Ciências Econômicas da PUCPR, Jackson Teixeira Bittencourt, ressalta que a inflação atinge a todos, independente de classe social. Contudo, são aqueles com rendimento mais baixo que sofrem mais. “Já estamos há um ano com os preços subindo. Estamos empobrecendo a nossa população, mais do que ela já era”, comenta o economista.
Para piorar, a expectativa para os próximos meses não é nada positiva. Isso porque o indicador de fevereiro ainda não captou os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, o que deve acontecer em março e meados de abril. A tendência, então, é de que a inflação suba ainda mais.
“Infelizmente o cenário da guerra ainda vai deflagrar mais efeitos, a expectativa é mais aumento nos preços, tanto de alimentos como de combustíveis. A Rússia e a Ucrânia são grandes exportadores de trigo, então o pãozinho nosso de cada dia vai ficar mais caro. A Rússia também é resonsável por 8% do petróleo em todo o mundo e a redução dessa participação russa vai fazer o petrólio subir, pressionando a gasolina e o diesel. O cenário para os preços não é bom, a tendência é subir”, destaca Bittencourt.
Como não há, ao menos por ora, qualquer perspectiva de melhora no quadro econômica, a saída para a população é pesquisar bastante antes de ir às compras e também procurar substitutos na alimentação. “A inflação, além de provocar aumento nos preços, gera uma distorção nos preços. Tem um mesmo produto, de uma mesma marca, e vai encontrar com diferença de até 500% no preço pesquisando. Outra saída é substituir os produtos que estão subindo muito, e a internet ajuda muito nisso, tem muita dica, coisa legal para fazer essa substituição”, orienta o economista.
Rodolfo Luis Kowalski
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